Sociologia

Nesta página, estarão alguns textos de Sociologia trabalhados por mim na Universidade, na sua maioria, os textos estão resenhados ou foram resumidos, mas suas idéias principais foram conservadas.


Texto nº1 (CAPITALISMO, SOCIALISMO E TEORIA SOCIAL) CAPITALISMO, SOCIALISMO E TEORIA SOCIAL 

No texto "Capitalismo, Socialismo e Teoria Social", o autor analisa a influência de Karl Marx, sobre o trabalho de um outro nome no estudo da Sociologia, Max Weber. 

Ao mesmo tempo em que o autor procura relacionar tais indivíduos, seja através das suas idéias de cunho econômico-social (Marx), ou com pensamentos éticos, econômicos e sociais (Weber), passamos a compreender e tais aspectos que influenciaram Max Weber a criar determinadas análises sobre os seus trabalhos. Ou seja, é partindo de pressupostos como as lições na qual Weber toma conhecimento em Friburgo sobre o capital imperialista e suas consequências em relação aos Estados-Nação, que ele desenvolve os seus estudos que vão culminar também com críticas sobre os trabalhos de Karl Marx. 

Juntamente com isto, o autor nos mostra a relação de tais pensadores com um terceiro, Émile Durkheim. Concluindo que, a influência de Marx se dá porque ele analisa partindo de um período revolucionário em 1848, que segundo ele próprio, seria a base para a praxis perfeita, e posterior designação disto como Socialismo. Coisa que nem Weber ou Durkheim afirmavam. Apenas uma análise dos pontos importantes da sociedade. 

Já a relação de Weber com as idéias marxistas, fundamentam-se principalmente nos quesitos de ordem econômica, na qual Marx teve um grande mérito em analisar este aspecto da sociedade. Principalmente, num país como a Alemanha, que sofria uma grande mudança industrial. E concomitantemente, Weber não aceita a idéia de uma sociedade burguesa ver os seus meios de produção e o seu poder político concentrado nas mãos da classe operária, coisa que dificilmente aconteceria na Alemanha. Ou seja, Weber qualifica a importância dos escritos de Karl Marx, em se estudar os aspectos humanos baseado em fatores econômicos. Contudo, algumas teses utilizadas por Marx, tornam-se segundo Weber, ultrapassadas, e não poderiam ser utilizadas no contexto estudado, como por exemplo das diferenças tecnológicas e não econômicas dos moinhos na qual Marx afirmava ser o ‘pilar’ econômicos dos grandes produtores. 

E é partindo dentro de outros conceitos de Karl Marx, segundo autor, vai estar posteriormente, a maior diferença entre os estudos de um e outro. A principal diferença para o autor entre Marx e Weber, seria que o primeiro implicava numa ética cientifica para a concepção total da história, enquanto o último afirmou em seus trabalhos que tal argumento não era comprovado, quando ele criou os estudos na tese da concepção do carisma. 

Um outro aspecto muito importante que se encontra retratado na obra "Capitalismo, Socialismo e Teoria Social" é que o Marxismo em nada influenciou as idéias de Émile Durkheim. Até porque, segundo as próprias definições de Marx, afirmavam que na França os conflitos entre as classes eram maiores do que na Alemanha. Ou seja, para Marx, o proletariado e a burguesia francesa eram os políticos; os alemães, os filósofos. 

Embora seja esta a resposta de Marx para a crítica sobre a sociedade francesa da época, Émile Durkheim vai finalizar as análises constituídas no texto, afirmando que o erro de Marx é atribuir como solução principal para as crises mundiais, a reorganização econômica. Mas sim, de ordem moral. 

É desta forma que o autor relaciona estes três importantes pensadores que, apesar de alguns contrastes entre eles, principalmente, mostra que muitos conceitos de Karl Marx, a priori, econômicos, poderiam exercer grandes influências nas análises de aspectos que formam uma sociedade. Sejam estes aspectos de forma social, religioso (Weber) ou de forma moral (Durkheim).


Texto nº2( TEXTO DE SOCIOLOGIA ) TEXTO DE SOCIOLOGIA 

O que o autor demonstra na sua obra, refere-se em descrever de uma forma generalizada, a Sociologia. Inicia-se principalmente em relatar que a Sociologia é formada por diversas correntes teóricas, contudo, o autor vai se basear em apenas 5 correntes destas. Sendo para ele, ou seja, no seu julgamento pessoal as mais importantes. Estas correntes são: Organicismo Positivista, as Teorias do Conflito, o Funcionalismo, o Estruturalismo e o Interacionismo Simbólico. 

De uma forma geral, o Organicismo Positivista se fundamenta em explicar a realidade como se ela fosse um organismo vivo. Ou seja, as relações entre as diversas instituições e pessoas, como um funcionamento de um corpo só. Isso condiciona o Positivismo, em se basear nas ciências naturais para a explicação destes fatos. Um dos mais importantes sociólogos desta "escola" e próprio fundador, se chama Augusto Comte. De uma forma bastante simples, o autor diz que o Organismo Positivista, é uma junção do Positivismo e o Organicismo. Sendo que o primeiro, condiciona em manter o conhecimento a nível de experiência, enquanto que o Organicismo procura relativar a analogia orgânica de uma sociedade. 

Outra teoria importante da Sociologia, são as Teorias do Conflito. Segundo o autor, esta teoria surge para resolver os problemas inter-humanos. Pois segundo ele, o Organicismo Positivista, por diversas vezes negava e/ou ignorava-os. Esta teoria, se fundamenta principalmente nos aspectos psicológicos, políticos, antropológicos da sociedade. Para o autor, o principal personagem teórico desta corrente foi Maquiavel, devido ao fato de que na sua obra "O Príncipe", retrata o aspecto dos conflitos humanos envolvendo governante e governados. 

Podemos destacar também Hegel e Karl Marx. O que determina basicamente a existência da Teoria do Conflito, é a preocupação de interrelacionar as instituições políticas e econômicas com as demais, fazendo assim, uma análise da conjunta da sociedade baseando-se no conflito. Como por exemplo, o marxismo, a tentativa de superar o capitalismo através da força do proletariado. Marx, abre o caminho para diversos autores deste tipo de pensamento, por ter sido um dos primeiros a basear os seus estudos em fatores sociais condicionados aos aspectos sócio-econômicos. Dessa forma pode-se notar, segundo o autor, que os conflitos, são os principais formadores dos estudos de homens como Marx, Dahrendorf, entre outros. O Funcionalismo tem um importante papel para a Sociologia, e também por apresentar uma importante característica. Não se inspira diretamente na Filosofia. 

 O termo função em si têm diferentes significados quando se associa a Sociologia. Segundo o autor, podemos distinguir 4 significados. O primeiro, relaciona-se a profissão, a função dentro de uma empresa. O segundo, ao conjunto de áreas, deveres e responsabilidades que uma pessoa desempenha em um determinado lugar. Um terceiro sentido está associado ao caráter matemático. E por último, o significado biológico, ou seja, o caráter orgânico. A organização e a ação de um elemento em um conjunto que ele faz parte. Finalizando, o autor também retrata os diferentes Funcionalismo sociológicos, como os estruturais (este se baseia em funções essenciais que devem ser desempenhadas pelos indivíduos), o Funcionalismo Absoluto de Malinowski (que estuda a cultura de uma sociedade), o Funcionalismo de Merton (em que estabelece novos conceitos, como as funções manifestas, latentes, entre outras), o Macrofuncionalismo (em que estuda os sistemas sociais em grande escala) e o Microfuncionalismo (em que se baseia os seus estudos nos pequenos grupos, suas características, seus comportamentos, etc). 

 Já o Estruturalismo centra suas atenções no conceito de estrutura social como objetos de análise sociológica. O autor nos mostra as diversas relações entre os seres humanos e suas instituições que condiciona a estrutura social de uma sociedade. Distingue também que a estrutura social é algo concreto, e que está em constante mudança. Outras importantes características como ressaltar a realidade social através de um componente individual que se relacione as individualidades do conjunto estudado, um componente cultural que corresponde as idéias, as normas, as crenças, a concepção de espaço-tempo em que se dimensiona o tamanho físico dos grupos sociais, entre outras. Estas características em especial, transformam o Estruturalismo, segundo o autor, numa das mais importantes teorias sociológicas. 

 Por último, temos o Interacionismo Simbólico, condicionado pelos seguintes postulados: os seres humanos tratam os objetos em função do seu significado para eles, o sujeito toma um papel ativo no conhecimento, o significado das coisas se deriva da interação social que se estabelece entre as pessoas, graças a significação comum se estabelece a comunicação entre os seres humanos, etc. Ou seja, na sua obra, o autor quis demonstrar a importância do Interacionismo, afirmando que este se baseia na observação direta das situações sociais, deixando com que um dos lados dos estudos seja o "laboratório" da pesquisa. 

O que o autor quis retratar na sua obra, com muita clareza, refere-se as chamadas teorias sociológicas que fazem da Sociologia um dos campos mais complexos atualmente. Por tratar ao mesmo tempo de situações sociais que envolvam não só os aspectos econômicos, sociais e políticos, mas à um conjunto de fatores que além deles se associam a outros como o psicológico, a individualidade. Dessa forma, é demonstrado também pelo o autor, os diferentes homens que fizeram da Sociologia, um ponto referencial para que se possam surgir novas idéias e novas teorias, com o intuito de se explicar as novas faces da realidade que vão surgindo cada vez mais.


Texto nº3( TEXTO DE SOCIOLOGIA ) TEXTO DE SOCIOLOGIA 

No texto referido, o autor mostra de uma maneira bastante simples e objetiva, mas concomitantemente generalizada, a Sociologia em si. Desde os seus aspectos históricos e profissionais, até uma análise que demonstra o papel do sociólogo na sociedade, e sua relação com o objeto de estudo, ou seja, a realidade e a sociedade. 

De uma forma bem ampla, a história da Sociologia que na verdade tem um pouco das suas "raízes" na Grécia antiga com Aristóteles, com Platão, na Idade Média com Maquiavel, até chegar a época da Revolução Industrial, em que se surge o quadro propicio para o desenvolvimento desta. 

Temas sociológicos, de uma certa forma, sempre foram analisados em diferentes períodos históricos, mas apenas com Augusto Comte é que a Sociologia recebe uma maior atenção, e como conseqüência se desenvolve cada vez mais. O que autor também retrata é a complexidade em que as diversas partes da sociedade contêm. Não se baseia tão somente em aspectos políticos, mas na economia, e principalmente na questão social, em que se relaciona com as famílias, o trabalho, os conflitos, etc. Dessa forma, nota-se que devido a esta grandiosidade dos assuntos abordados nas mais diversas áreas, faz com que o Sociólogo tenha uma necessidade muito grande por uma maior carga de informação. 

O que interessa bastante no texto referido, não se resume apenas no lado a ser analisado pelo sociólogo, ou seja, o lado da sociedade e da realidade em que ela está contida. Mas, é importante notar que ele ocupa, segundo o autor, um lugar bastante importante em todo este processo de compreensão da sociedade. O sociólogo tem por ofício, o exercício de se estudar os fatos sociais. Sendo assim, quando ele estuda esta complexidade concreta dos fatos sociais, ele se torna um importante profissional, por ter a sua disposição como o próprio autor se refere na sua obra, um vasto campo de mercado de trabalho. Ou seja, este campo se define claramente em empresas privadas, públicas, nas questões acadêmicas, na investigação, entre outros. 

O que é importante salientar, é a necessidade que se tem atualmente de profissionais no campo da ciência social. Pois como o próprio autor demonstra, a sociedade se torna cada vez mais complexa, fazendo com que o sociólogo por ter uma gama maior de informação em áreas como a política, a economia e a área social, possa analisar e acompanhar essa mudança constante e complexa da sociedade. 

Dessa forma, é notório afirmar que o autor numa visão bastante coesa e objetiva, relaciona os fatos formadores da Sociologia em seus aspectos históricos, mas acima de tudo, mostrando os demais aspectos como os seus objetos de estudos, o papel do cientista social, e complementando com as inúmeras possibilidades profissionais de um sociólogo, em suas mais diversas áreas.


Texto nº4( TEXTO DE SOCIOLOGIA ) TEXTO DE SOCIOLOGIA 

Na sua obra "Admirável Mundo Novo: o novo contexto da política", o autor procura relatar as diversas mudanças na qual estão transformando cada vez mais o mundo atual. E um dos principais argumentos utilizados por ele, pode ser fundamentado na questão da globalização, em que seus efeitos se distinguem facilmente na economia, na política e no social. 

Um aspecto importante no texto, se encontra na questão de estarmos convivendo com as incertezas. Incertezas nas mudanças do planeta, incertezas na globalização, ou seja, o que virá de bom ou ruim nos próximos anos. A globalização tem criado uma importância muito grande ao seu redor. Como afirma o autor, não é algo que modifica só os aspectos econômicos de uma sociedade, mas toda uma tradição, uma cultura que diferenciava cada povo do outro. Seus comportamentos, os diversos movimentos, como por exemplo os feministas, as tradições que se formam ao longo da história dos homens são modificados de maneira geral. 

O que o autor procura passar no seu texto, reflete em explicações para que se possa compreender não só o significado da "globalização", mas os seus efeitos, como por exemplo o desaparecimento do Socialismo. Isto é devido, para o autor, que a economia era predominantemente subordinada ao Estado. Enquanto a globalização utiliza-se muitas vezes de sistemas muito complexos que fogem das mãos do Estado. O que se pode concluir então, condiciona-se num conflito, entre o conservadorismo-estatal e o que se denomina hoje de neo-liberalismo, pelo simples fato de que o conservadorismo político e as inúmeras ideologias vêm sucumbindo diante do avanço da globalização. 

Um enfoque bastante importante se concentra em seis tópicos básicos que refletem o pensamento do autor, em relação a uma mudança política bastante radical com o advento da união global. Pode-se assim ressaltar os seis tópicos em: o crescente individualismo, a denominada política da vida (em que esta se preocupa em dilemas do ponto de vista ecológico, das tradições, de assuntos conflituosos como aborto, etc.), a política generativa (responsável pela busca de resultados desejados, a descentralização do poder político, encorajar o desenvolvimentos de princípios éticos, ou seja, esta política generativa se posiciona no "espaço" entre o Estado e sua relação na mobilização da sociedade como um todo; é uma política de defesa do domínio público.), a Democracia dialógica (caracterizada pelo diálogo, ou seja, esta predominantemente presente nas relações familiares, nas relações sexuais, nas relações de amizades, assim como nos grupos de auto-ajuda e de movimentos sociais), a reformulação do estado de bem-estar-social( segundo o autor, o contexto do bem-estar-social, não deve se assegurar apenas em doar benefícios, mas sim, poderes, ou seja, reconstruir a solidariedade social a nível de família e uma cultura civil mais ampla) e finalmente o papel da violência ( este tópico é um dos mais importantes para o autor, pois a sociedade deve estar preparada para enfrentar a violência, ou pelo menos amenizá-la através dos diálogos seja na vida social ou em cenários sociais maiores). 

De uma forma bastante clara, o que autor quis nos transmitir, foi o contexto político, econômico e principalmente social, que se forma com a crescente idéia de um mundo globalizado. As diferenças entre países tendem a se fundir gradativamente, modificando por completo as tradições culturais, os ideais políticos, mas que segundo o autor, sem nada definido. Ou seja, o autor ressalta que nós seres humanos viveremos em constante incerteza com o advento da globalização, e tendo que aprender a executar planos que não venha a comprometer as sociedades atuais, assim como se deve repensar em meios que possam destituir a realidade do mundo global, de inúmeros problemas como a violência, que possam por fim influenciar vários conflitos de ordem social ou até mesmo político. Ou seja, não só nas questões pessoais, mas em questões que visem envolver toda uma sociedade. 

CARNEIRO, Leandro Oliveira - Resenha ao texto de Sociologia 
Fonte: GIDDENS, Anthony "Admirável Mundo Novo: o novo contexto da política". Revista do CRH, nº 21, abril de 1995. 


Texto nº5( Reflexões sobre o Homo Sociologicus ) REFLEXÕES SOBRE O HOMO SOCIOLOGICUS 

Na obra "Reflexões sobre o Homo Sociologicus", a autora destaca questionamentos que venha se relacionar a definição do Homo Sociologicus. Ou seja, a quem a Sociologia contempla. Contudo, devido a complexidade da questão que envolve o homem, a autora deixa transparecer que não é possível uma análise mais profunda, por ir de encontro as antigas distinções sociológicas feitas por Weber e Durkheim. 

O que a autora procura fazer de uma forma simplificada é fragmentar o papel social do homem na sociedade. Porém, é notório perceber que existem problemas como a parcialidade das disciplinas sociais o que contribui para que sempre haja um maior estudo sobre o papel social do homem, levando adiante uma não-limitação do papel da Sociologia no estudo do cotidiano. Ou seja, como a própria autora define esse comportamento das disciplinas sociais, enfatizando no aspecto de que estas se encontram em constante "imaturidade". Este aspecto de imaturidade por sinal, é bastante relacionado aos estudos de Durkheim , pois na verdade, as ciências sociais na verdade estão em atraso com relação as ciências naturais. Condicionando a um pensamento de que não será possível separa uma ciência da outra, quando ambas atingirem (mais especificamente a ciência social ) o mesmo status de desenvolvimento. 

Após essas argumentações teóricas, se distingue também que seria possível existir uma definição de Homo Sociologicus, assim como há diversas outras definições como a do Homo Economicus ( na qual está bastante relacionada com sentimentos marxistas) e o Homo Psychologicus. Contudo, nota-se que a definição do Homo Economicus se torna predominante, pelo simples fato de que a Economia ainda é uma ideologia bastante questionada nos estudos sociológicos. O que de uma certa forma, se torna contrastante quando vemos a história da Sociologia, e percebemos que o seu surgimento é uma reação contra o sentimentos imperialista que dominava o século XIX 

É visível então desdobrar que determinadas ideologias como as de ordem econômica, transformam o homem ( principalmente o "durkheiminiano" ) em um ator social, na qual aceita as determinações sociais impostas, transformando a vida num teatro e a sociedade num grande palco. 

Sendo assim, a autora na sua obra, demonstra que muitos estudos sociológicos se encontram influenciados por valores como o econômico, e até mesmo impondo-se frente a outros estudos. O que não é difícil observar, é que o papel social do homem na sociedade parece já ser "escrito" por essa inúmeras influências, fazendo com que as situações impostas por uma sociedade sejam explicitamente aceitas. Contrastando-se frente aos inúmeros estudos sociológicos que procuram fragmentar este papel vivido pelo ser humano e se possível, estimular o homem a uma nova condição de vida que não seja a outra limitada pela sociedade. 

CARNEIRO, Leandro Oliveira - Resenha ao texto "Reflexões sobre o Homo Sociologicus"


Texto nº6 ( Texto de Sociologia ) TEXTO DE SOCIOLOGIA 

Na entrevista concedida a revista VEJA, Adam Przeworski procura relatar questões de significados políticos, econômicos e sociais, no que diz respeito principalmente ao Estado como um todo. O sociólogo ao longo da sua entrevista, ressalta as modificações a nível ideológico que vem acontecendo, devido principalmente ao processo de globalização que vem iniciando-se em todas as partes do mundo. 

Dentro do contexto em que Adam Przeworski analisa, é notório que muitas mudanças de ordem política vem acontecendo, as políticas de cunho neo-liberal, atualmente vem procurando não mais agir contra o Estado, e sim organizá-lo. Ou seja, o Estado vai se tornar vital para o intercâmbio entre as nações com o advento da globalização. Contudo, o sociólogo ressalta que o problema maior refere-se a fragilização do Estado. Dessa forma, o Estado passa a ser um possível desorganizador da economia, e alimentando ainda mais as ideologias de extinção do mesmo. 

O sociólogo ressalta também uma importante questão, no que se refere aos gastos sociais. Para muitos, um sinal do mais puro desperdício, contudo Przeworski prioriza esse gastos, porque de fato, estes são investimentos. Ou seja, quando esses investimentos sociais são realizados de forma organizada e eficiente, vão gerar cada vez mais novos trabalhadores, e por fim novos consumidores. Sendo assim, não seria um desperdício, mas um futuro investimento com retorno garantido. O que está inserido nesta questão de desperdício para muitos, segundo o sociólogo, são casos de corrupção, em que milhões de verbas destinadas a esses investimentos sociais, por diversas vezes não chegam ao local necessitado. Além disso, outro problema que para ele é inevitável, é conseqüência da tecnologia: o desemprego. Isso decorre que a produtividade aumentou consideravelmente nos últimos anos, o que acarreta que não são mais necessários tantas pessoas para um mesmo serviço. Mas para o sociólogo, a essência deste problema está em evitar que menos gente deixe de trabalhar e não que haja uma diminuição da jornada de trabalho, e isso, vai modificar a forma de organização do Estado. 

Finalizando ele discute que o poder econômico é uma ameaça séria as democracias existentes, pelo fato de que coloca o Estado em poder dos interesses privados. É por isso que para ele, muitas ideologias vem declinando na Itália, na Espanha, devido ao interesse capitalista que se forma ao redor do Estado, tornando-o cada dia mais fragilizado. 

Assim, o que o sociólogo procurou enfatizar nas suas colocações, é que o Estado vem se tornando a peça mais fundamental de uma nação. O que se procura nos dias de hoje, não é acabar com o Estado em si, mas deve-se torná-lo cada vez mais organizado, para que no futuro próximo, as decisões que são tomadas em âmbitos mundiais, não prejudiquem a todos. A realidade da sociedade, no que diz respeito as organizações das instituições formadoras do Estado, precisa ser antes de mais nada ser baseada em muitos casos nas decisões do Estado, pelo fato de que este, ainda se constitui uma forma de segurança para muitos setores da sociedade. 

CARNEIRO, Oliveira Leandro - Resenha a entrevista de Adam Przeworski a revista VEJA, 18 de outubro de 1995.
 
 
 

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