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Por: Leandro
Oliveira* e Eduardo Bueno*
Orientação:
Cleide Magali**
* Alunos do
4º ano bacharelado do curso de Ciências Sociais da Unifacs (
Universidade Salvador )
** Mestre
em Sociologia, Professora da Unifacs ( Universidade Salvador ) e
da Uneb ( Universidade do Estado da Bahia ). Pesquisadora do CRH da Universidade
Federal da Bahia ( UFBa ), Consultora da Unicef e Consultora local da Fundação
Ford.
“Tudo se globaliza e virtualiza, como se as coisas, as gentes e as idéias se transfigurassem pela magia da eletrônica. A onda modernizante não pára nunca, espalhando-se pelos mais remotos e recônditos cantos e recantos dos modos de vida e trabalho, das relações sociais, das objetividades, subjetividades, imaginários e afetividades.”. Octavio Ianni
Resumo
O artigo procura
abordar as potencialidades das novas estratégias de política
de comunicação sindical que vem surgindo ao final do século
XX no Estado da Bahia. Para tanto apresentaremos nesse artigo que precede
o desenvolvimento de uma monografia de conclusão do curso de Ciênicias
Sociais da UNIFACS, os casos do SINDAE
( Sindicato dos Trabalhadores de Água e Esgoto da Bahia ) e do Sindicato
dos Bancários da Bahia, cujo estudo nos tem possibilitado discussões
sobre as diferentes formas de inserção e manuseio da rede
virtual – Internet - por parte do movimento sindical. Através
das análises de conteúdo de homepages e entrevistas esperamos
contribuir para a construção de um perfil contemporâneo
sobre a comunicação sindical na Bahia Desse modo, como pano
de fundo ainda trataremos de questões tais como globalização,
neoliberalismo e impactos sobre o movimento sindical que se expressem nos
seus instrumentos de informação – comunicação.
Introdução
Em meio às mudanças ocasionadas pelas novas tecnologias de comunicação em um mundo globalizado (1), o presente artigo visa discutir alguns temas em torno da globalização e comunicação enfocando basicamente, a relação dos sindicatos e a Internet através das políticas de comunicação, que buscam atingir objetivos políticos específicos, adotadas pelos mesmos.
Esse interesse com relação ao uso da Internet pelos sindicatos advém não só pelo fato de que a rede virtual apresenta amplas possibilidades de contatos com demais correntes de pensamento sobre a atual conjuntura global, mas adiciona-se o argumento de que é interessante observar a quem os sindicatos pretendem atingir ao disponibilizar suas idéias, ou seja, partidários, advogados, médicos, estudantes, entre outros. Isso em um contexto específico para cidade de Salvador cuja proporção de usuário é pequena.
Os sindicatos em questão ( Sindae (2) e o Sindicato dos Bancários da Bahia (3) ), já encontram-se presentes na rede virtual, disponibilizando através de endereços eletrônicos específicos, homepages que teoricamente possibilitam um contato através desse meio de comunicação.
As entrevistas
semi-estruturadas com dirigentes sindicais sobre à concepção
e execução das homepages dos referidos sindicatos vem nos
fornecendo as diferentes visões e estratégias de ocupação
do espaço virtual, bem como e vem discutindo a efetiva eficácia
desse meio de comunicação. Ao lado disso, a utilização
do método de análise de conteúdo (4) das homepages
das instituições sindicais já referidas, vem nos trazendo
maiores informações e fornecendo elementos para pontuarmos
algumas peculiaridades que caracterizam cada sindicato.
1. Globalização
e Comunicação Social
Na última
década do século XX, para muitos autores o crescimento da
tecnologia se concentra na figura do computador. Este se tornou a base
de muitos dos processos da teleinformática, da telemática
e das gestões empresariais, ao mesmo tempo em que ampliou a comunicação
entre as pessoas, diminuindo as distâncias, e aproximando cada vez
mais a sociedade para um processo global de interação social
e econômica. Desse modo como afirma Santos ( 1996: 148 )
Assim,
se instaura uma discussão sobre técnica e tecnologias e seus
papéis na chamada possibilidade de globalização. Autores
como Lévy (1999:21-24) nos chama a atenção para o
fato de que:
A novidade seria que atualmente, a comunicação se torna mais do que uma importante ferramenta de trabalho, ela constitui acima de tudo, um ambiente da assim chamada sociedade da informação, ou midiática (5), ao mesmo tempo em que o processo conhecido como globalização diversifica as formas de interatividades(6) e atividades nas sociedades industrializadas.
Vive-se na realidade da informação. Informação esta que mediante as tecnologias das redes dinamiza os acontecimentos, possibilitando o crescimento da globalização e criando novos caminhos de relação não só entre sociedade, mas abrindo ao mesmo tempo novas formas de contato aos movimentos sindicais principalmente na figura da Internet.
A questão
seria a Internet trouxe de fato mudanças de interação
entre o ser humano, a máquina e a informação? Estudiosos
como Laquey ( 1994 ) creditam cada vez mais a possibilidade de que muito
do que hoje é realizado fora das nossas residências, como
compras, leituras, pesquisas, passem a ser algo corriqueiro através
do computador ligado a essa imensa rede de informações que
interliga os mais variados grupos e comunidades sociais do nosso mundo.
2. Comunicação
Social como Estratégia Sindical
Para Gianotti
( 1997 ) a comunicação sindical de cem, oitenta ou cinqüenta
anos atrás manteve características quase idênticas
entre si:
No entanto, o principal desafio da comunicação sindical, ou de uma prática sindical hoje, corresponde a necessidade de responder a milhões de trabalhadores que se orgulham de fazer parte de uma empresa premiada com as ISOs existentes e, que são impelidos à negociar seus direitos, em nome de parcerias, sonhando com uma participação nos lucros destas empresas.
O desafio aumenta
na medida em que vive-se num mundo feito de comunicação,
de apelos, estímulos e informações variadas.
O rádio, a televisão e os jornais constituem verdadeiros
campos sociais, auditando vias e preferências de grandes massas do
globo. Assim, ou os trabalhadores, organizados em sindicatos, se
articulam mediante uma política determinada e comunicam-na ao mundo
ou dificilmente haverá resistência e novas conquistas, pois
que os meios de comunicação mostram-se cada vez mais dominados
pela política dos patrões. Parece ser um fato que:
3. Considerações
Finais
Partindo da afirmação de Milton Santos (1996) ao citar M. Traber de que hoje, muito mais do que há três decênios, a informação, inegalitária? e concentradora é a base do poder, pode-se atribuir à informação o papel de matéria-prima da revolução tecnológica.
O que caracteriza, no entanto, esta “era das telecomunicações”, é a combinação entre a tecnologia digital, a política neoliberal e os mercados globais. (Santos, 1996) O autor explica esta tendência de dominação mostrando que ao longo da história as trocas entre grupos e, sobretudo, as trocas desiguais, acabam por impor a certos grupos as técnicas de outros grupos, “mudando-lhes os antigos equilíbrios e acrescentando elementos externos às histórias até então autônomas. (ibid.. 152)
O uso que se faz da informação e os meios de comunicá-la englobam novas técnicas que conduzem não só a uma nova percepção do tempo, mas a uma nova coordenação e rigor. Os sindicatos dispõem de ferramentas para a comunicação sindical local e que em muito são eficientes, porém a luta sindical não pode se restringir ao território em que o problema específico eclode. Se as políticas neoliberais mostram-se comuns em quase todas as civilizações, e o rótulo da globalização hegemoniza em torno de uma “economias-mundo” (Braudel apud. Santos, 1996), os problemas atuais não estão restritos ao mero local de trabalho de uma grupo operário. A CUT quando afirma um “protocolo de solidariedade” com sindicalistas americanos , visa a integração sistêmica e coordenada de técnicas de atuação para enfrentar “os efeitos adversos da globalização”(7).
Através do uso da Internet, acredita-se ser possível a consolidação de uma rede sindical capaz de trocar informações valiosas em prol da luta de classes. Acredita-se que maior e mais eficiente serão a mobilização, divulgação e resultados por parte das entidades específicas na medida em que façam parte da rede informacional, via Internet, de forma a combater o poder do capital dispondo de poder técnico e ideológico interligados mundialmente. A possibilidade de um sindicalismo virtual, nos remete à questionamentos atuais onde o papel da oposição não deve fechar as portas ao dinamismo técnico propulsionado pelo capital, deve antes de tudo integrar-se de forma a combatê-lo de igual para igual.
Notas
1 Segundo
Ianni ( 1996 ), existem muitas teorias em torno da globalização
e por conseqüência, várias definições.
Contudo, todas se dirigem a um só ponto, como afirma Ianni, “
(...) todas abrem perspectivas para o esclarecimento das configurações
e movimentos da sociedade global.”, ou “ (...) suscitam ângulos diversos
de análise, priorizando aspectos sociais, econômicos, políticos,
geográficos, históricos, geopolíticos, demográficos,
etc.”. (Ianni, ibidem. págs. 11-16 )
2 O
Sindae foi fundado em 29.04.86. Antecedeu a sua fundação,
uma associação de trabalhadores, e hoje conta com cerca de
5200 trabalhadores filiados.
3 O
Sindicato dos Bancários da Bahia foi criado ni início do
século e possui hoje cerca de 8000 filiados.
4 “É
uma técnica de pesquisa para a descrição objetiva,
sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação.”
( Richardson, 1985; 176 )
5 "
Por comunicação midiática, compreende-se aquela que
diferentemente da comunicação interpessoal, inclui mediação
de um aparato sócio-tecnológico que, inserido em determinado
ambiente social, produziu uma "gramática" ( um conjunto de regras
para linguagem ) a que nem todos têm acesso. " ( Neto, 1999;
29 )
6 "
O que compreendemos hoje por interatividade, nada mais é do que
uma nova forma de interação técnica, de cunho "eletrônico-digital",
diferente da interação "analógica" que caracterizou
os media tradicional. " (Lemos, André L. M. Anjos interativos
e retribalização do mundo sobre interatividade e interfaces
digitais, pág. 1 )
7 Ver
matéria publicada no jornal A Tarde, 28/07/99, sessão Nacional,
pág. 14.
Referências
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TELLES, Jover.
O movimento sindical no Brasil. 2ª edição. São
Paulo. Ed. Ciências
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Soluções mirabolantes, propostas muito bem vindas, mentes criativas e muito mais. Tudo esta imerso na grande "lama" existencial de onde sai, inclusive, os fatos e as promessas. O que seriam os fatos? E as promessas? És a questão.
Aproveitando uma linha de pensamento quase dialética será possível chegar a algumas conclusões, ou semi-conclusões, sobre estes dois fenômenos. Ao começar pelos fatos a primeira idéia que me veio a cabeça foi a de ação, atitude. Todo fato, qualquer que seja, advém da ação concreta, real e visível. È impossível se delimitar um fato, pois este só existe dentro de um contexto que, por mais importante que seja, esta entrelaçado em outros fatos e contextos.
O fato existe porque existimos e criamos esta palavra. A palavra fato, segundo o professor Aurélio Buarque de Holanda, significa: " coisa ou ação feita; sucesso, caso, feito, aquilo que realmente existe, que é real.". Ou seja, a própria palavra é um fato que existe devido a nossa convenção lingüistica que também é um fato. Este fato de inventarmos palavras para explicar os fatos que presenciamos nos transformou em preguiçosos repetidores. Cuidado com as palavras!
Esse é meu recado para aqueles que teimam em buscar todas as explicações através do que já foi feito, construído e convencionado de fato. Os fatos não existiriam se não fossem as palavras, tudo se "perderia" no ar. As palavras são filhas do alfabeto, que eterniza os fatos. Até mesmo os que não existiram. Será que a evolução do homem é um fato real e concreto? Eu tenho as minhas dúvidas.
As promessas são ainda mais complexas e ao mesmo tempo mais simples que os fatos. As promessas se resumem a uma única derivação: as palavras. Faladas ou escritas as promessas não passam do tempo em que são efetuadas. Porém introduzem inúmeras perspectivas que são alimentadas pelo único dos fatos invisíveis: o pensamento. Dentro dos pensamentos as promessas podem durar uma eternidade.
As promessas
não são apenas promessas, graças a sua independência
metafísica. As promessas são grandes e pequenas sementes
que, ao serem plantadas e semeadas nos campos férteis da imaginação,
se transformam em dois tipos de frutos. Esses dois tipos de frutos só
os fatos e as desilusões. Os "políticos" fazem promessas
pois não tem o que falar. Estes fazem das promessas a sua forma
de sobrevivência. E isso é um fato.
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Para muitos dos que vivem no Estado da Bahia, durante as ultimas décadas, o nome de Antonio Carlos Magalhães é razão de orgulho. Apesar de seu slogan, “rouba mais faz”, ele tem contagiado milhões de cidadões a votar na sua pessoa ou no seu grupo político. Graças a ele e ao ex-presidente José Sarney o PFL( Partido da frente liberal) tem conseguido um ótimo desempenho nas ultimas eleições. Principalmente na região nordeste do país. E, não é por menos, que os Estados nordestinos continuam sendo os mais pobres e carentes da nação.
Costumo chamar de pseudo-ditadores tais gorvenantes. Pois estes, por terem fortes influências nas decisões e federais, poucas vezes perdem as eleições em seus “feudos”. E quando perdem, não se cansam de aplicar boicotes e empecilhos para as administrações contrarias aos seus interesses. O Nordeste é uma região tão carente e isolada que quase sempre consigo encontrar, em pleno final do século XX, pessoas totalmente alienadas. E o pior de tudo: analfabetas. Os habitantes do Nordeste vivem dopados por uma forte “overdose de ignorância” que insiste em se perpetuar por causa desses insensatos e insensiveis gorvernantes. Esta ideologia de dominação dos “carlistas” é tão forte que atinge até mesmo os integrantes das classes previlegiadas. No Nordeste até os letrados dizem “amém” para as atrocidades cometidas nesses insensatos governos.
O ACM e sua “Gang” tem uma estratégia de gestão tão ilusória que poucos dos seus feitos duram mais de quatro anos. Inauguração de hospitais públicos sem boa remuneração e condições de trabalho para os profissionais; restauração de estradas que sempre visam interesses ocultos; Abandono geral de tudo aquilo que não o interessa (ou seja, tudo aquilo feito verdadeiramente para o povo); Inauguração e reforma de escolas nas quais os professores, mesmo sendo mal preparados, recebem salários nada dignos; Viaturas e material de primeiro mundo para policiais totalmente despreparados ( e, em sua maioria, mais desonestos que os próprios marginais).
Esse é o estado em que se encontra o território baiano. Um verdadeiro “caos” social, e consequentemente econômico, que suas estações retransmisoras de televisão e de radio insistem em camuflar. Só nos resta lutar e tentar concientizar todos aqueles que se contagiam com as falácias populistas deste homens. Para que um dia possamos viver em uma região mais digna e igualitária. Na qual se apreciem coisas mais importantes e enrriquecedoras do que o”tchan” da pobre-rica baiana Carla Perez.
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Por : Norlan da Silva - 03/06/98
S.O.S. É um fato. Até incontestável de como nós, brasileiros natos, não possuímos nenhuma doença no pé. Talvez sim possamos ter um “mal de cabeça”, tal como dizia a saudosa canção popular brasileira. Gostamos de samba, pagode e futebol.
Detestamos coisas como depressão, inflação e alienação. Ou por sinal sabemos se gostamos ou não dessas coisas? Neste ano de 1998, todos os eventos se arranjam como um espetáculo nacional: carnaval, seca, copa do mundo, eleições... E o que nos espera...? Entra novela e sai novela. Aparecem notícias e terminam notícias. Nossas televisões são projetadas para exibir o que há de mais novo e interessante no mundo já produzido.
Somos ou não privilegiados? Temos o prazer de receber as respostas do dia-a-dia para todas as perguntas sucitadas pela nação. Aliás, você não está em dia com as audiências? É Ratinho, Fantástico, FHC, o novo corte da seleção e o corte de Romário. É Brasil em ação ou em Alienação? Já está mais que na hora, pois passaram quase 500 anos. E por acaso você não espera ganhar um dos 500 gols do Faustão? Você é quem decide! Quais são os 22 de Zagallo. Ligue Já!
Pois diante de tanta indignação: salário-micro, greve das universidades, tempo de serviço, queda das bolsas, queda do Palace II no Rio, fome, violência e Corrupção. Eles não deixam você entrar na jogada. Muito menos para dar uma ajuda! O que eles querem é que você fique de fora. Que não se preocupe, pois para tudo há uma boa solução. E o melhor remédio para todo esse stress é estar com os amigos, abrir uma Bavária e torcer pelo penta. Mas se não der, agüente porque tudo vai acabar em pizza!
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Por : Eduardo B. de Barros
Indagamos : o que escrever quando imensas perturbações rondam o nosso cotidiano ilusório?
O fingimento, o disfarce, as aparências, os atores e toda esta difamação que ilumina este imenso palco social, não agrada e não funciona nem nos mais altos escalões burocratas. Impetuosos em suas (in)dignas ações, mascaram-se rotineiramente sob fantasias carnavalescas e/ou crenças religiosas das mais diversas. Nos é de extrema relevância acentuar que máscara social não esconde, mas revela. O que escondem são as audácias de empresas manipuladoras, fabricantes de band-aids, bandidos e ataduras que, de tão duras, estas atas incitam o inchaço de manifestações ‘inconscientes’, instintivas, que até então permaneciam em potencial, latentes. Conseqüentemente, em loucos rotulam-nos, transformam-nos, tipificam-nos. Onde estão os normais, os verdadeiros moralistas e donos da verdade?
Afinal, o que se pretende com o termo ‘loucura’? Será que M.Foucault saberia mesmo responder a esta ousada e relativa pergunta? Nós contudo, enlouquecidos de convicção, certificamo-nos de que a ‘loucura’, ou melhor, o ‘louco’, num contexto mais explícito e supra-racional, é aquele sujeito disposto a ocultar ou ‘esquecer temporariamente’ o valor de quinhentos reais e mais alguns miados (talvez de felinos desesperados) direcionados a um simples depósito mensal para que assim adquira o direito de descansar sua bela bunda gorda e fofinha no pau duro das cadeiras escolares. A vantagem, como não poderia deixar de existir em toda e qualquer relação entre indivíduos obcecados, reside no fato destes sujeitos terem três horas por dia para cochilarem ao som de “Los Catedráticos” ‘rolling the stones’ das ilusões, manipuladoras da ordem institucional.
Alguma novidade até então? Não! Será? Heis a resposta consensual daqueles que não se julgam ociosos, acomodados, passivos, patéticos e apáticos. Realmente não existe nada de novo no que foi dito, simplesmente uma resposta e conseqüentemente uma reprodução de minhas expectativas. Onde está a manipulação dos homens e como fazê-la? Qual a condição para estarmos cientes de nossas intencionalidades?
Como veremos em síntese, o ‘nada’ com o qual Sartre nos expõe a condição humana, é a essência do ser, do ‘being’, ou seja, nós como indivíduos e consciências intencionais, somos nada - inexistentes? Há uma dependência mútua das coisas com as quais interagimos direta ou indiretamente. O filósofo francês assim se expressa : “O ser do homem é o não ser”. É por isso que vivemos em busca de nossa frágil existência, daquilo que nos falta como humano, do nosso reconhecimento de nós mesmos, assim suprindo a vida em-si sem ter que trabalharmos conflituosamente como espelhos-objetos da existência. Não estar satisfeito com dada situação de manipulação e ilusão, tal qual se verifica no cotidiano das universidades, não nos trará nenhum benefício, pois nada mais normal do que esta atitude.
Este pensamento ingênuo de mera reclamação, parte do nosso acervo de conhecimento comum que vai sedimentando-se perante nossas vivências, ou seja, desta realidade objetiva e social com a qual nós interagimos processualmente. Reforça-se as estruturas rígidas deste cárcere do corpo e da alma. Colocar em dúvida todos os aspectos objetivos desta estrutura e os aspectos subjetivos de cada ‘indivíduo’ é usufruir da ‘epoché’ fenomenológica lançando um olhar reflexivo sobre todas estas crenças e ideologias funcionalistas que nos transformam em peças descartáveis deste imenso ‘laptop’ social. Portanto, não nos entreguemos à ideologia circunscrita e aos seus valores moralistas e preconceituosos! Não sejamos seus objetos a fim de nos sentirmos ‘úteis’, existentes ao mesmo tempo que hipócritas.
Admitamos nossa indignidade e indignação no momento em que nossas sombras refletem-se nas paredes desta prisão - do sistema, este que nos supre, que nos faz acreditar ser o nosso único meio de incorporarmos um “Ser”. A relatividade de nossa existência perante a condição humana ficou distorcida desde que o Ocidente inspirou-se em Sócrates e o ser racional (Apolo). Vamos nos entusiasmar e livrar-nos desta má-fé, desta estagnação mental e corporal. Procuremos as chaves desta prisão.
Seres ‘esquizofrênicos’, entes ‘normais’: sejamos humanos acima de tudo, abracemos e vejamos a nós mesmos e não aos espelhos mágicos de Walt Disney. Admitamos nossa apatia e logo uma claridade tão real quanto os santos divinos nos revelará o outro lado das paredes universitárias. Estas fazem-se constituídas de um falso meio acadêmico afogado sob diversas problemáticas existenciais devido às inúmeras contradições concernentes ao seu papel digno-funcional como instituição e a máscara brutal de querer nos humanizar, nos transformando em produtos tóxicos - em ‘robôs alegres’. As instituições universitárias (principalmente as “privadas”!) agem como feudos encapuzados. Nós pensamos, talvez em efeito, que estas instituições produzem e enxertam alucinógenos fatais sobre seus produtos, que após serem jogados ao palco mercantil simbólico, padecem até que às trevas sucumbem. O lixo atômico despejado nas ruas tem efeito de reação em cadeia superior à tão destrutível bomba atômica científica. São nas faculdades que se criam e repassam instrumentos, seringas não esterilizadas e técnicas de (im)plantações para estas drogas alucinógenas atômicas e científicas.
A estupidez dos fraudulentos faz com que estes usem máscaras para não respirarem a poluição que geram, mas é neste nível de desentendimento da consciência que se revelam os verdadeiros agentes burocratas, fingidores de normalidade, causa-dores letárgicos que com suas cabeças imundas ao léu exalam ar de “sanidade” - que enorme contradição! Uma universidade capitalista, exploradora de seus consumidores cujos direitos são ignorados e benefíciosogas alucinógenas atômicas e científicas.
A estupidez dos fraudulentos faz com que estes usem máscaras para não respirarem a poluição que geram, mas é neste nível de desentendimento da consciência que se revelam os verdadeiros agentes burocratas, fingidores de normalidade, causa-dores letárgicos que com suas cabeças imundas ao léu exalam ar de “sanidade” - que enorme contradição! Uma universidade capitalista, exploradora de seus consumidores cujos direitos são ignorados e benefícios são omissos, inexistentes. Somos cegos em meio ao Vietnã, pois de nada vale esta guerra do ‘fim do mundo’.
De quem será a culpa? Você produz em sua escola? Ao menos, reproduz? A culpa é de ninguém em restrito, mas sim de todos nós que julgam haver e possuir a dita ‘consciência’ reflexiva. Ora essa, como se faz possível haver uma consciência se pensamos forçosamente? Pois quando se consegue manipular este ato tão gratificante para nós seres humanos habitantes do mesmo planeta, este o faz de forma extra-humana, ilusoriamente superior. A realidade concebida, exteriorizada e objetiva, interiorizada pelos indivíduos e por eles mesmos reproduzida, é ameaçadora, destrutiva, egoísta, escrupulosamente encoberta pela apatia , acomodação e ilusão de estar reproduzindo o ‘bem’, estamos sobretudo num mar de irreflexividades!
Infelizmente, tudo isso faz parte das vias ditadas a serem seguidas, do sistema. A ordem social vigente é uma esponja que absorve muito mais água do que se imagina. O rumo da mudança é a construção e não a destruição apontada ao caos que à morte de nossa condição nos conduziria. Se a nossa condição ‘vital’ humana é estabelecida pela reunião social, haveremos de encaminha-la pelas trilhas de nossas crenças, da maneira precisa como estar no mato ausente de direções, sem bússola. Será nossa negação vigente “um” absurdo ‘inafiançável’?
Quem melhor do que nós, seres reformuladores, condenados à liberdade, para agir contra estas ideologias embrulhadas ‘delicadamente’ (às vezes, grosseiramente) em plásticos descartáveis. Afinal, bem que se questionava C.W.Mills quanto a possível racionalidade da racionalidade contemporânea. A loucura em moda, gerada pelo fetiche do desenvolvimento tecnológico progressista e utilitarista ,está completamente revestida de sanidade, mas quem classificaria as telas de Salvador Dali como resultados de uma pessoa normal? O tempo nos revela contradições e o paradoxo de utopias realizadas.
Partes deste imenso universo, somos levados à incompreensões, mas a crer nas possibilidades de existências alternativas. A salvação, por fim, está na própria percepção da nossa mortalidade e inegável impossibilidade de comunicação sem crenças, na extinção da esperança de que um dia seremos superiores à nossa condição miserável. Faz-se importante, porém, que não sejamos meros objetos harmoniosamente distorcidos de um sistema socialmente fucional, e que nos remete à condições orgânicas e enérgicas fatais em nome da humanidade, da verdade utilitarista - da benevolência. O mal reveste-se de bem e o bem, de ilusões, mas a fantasia , mesmo que energia finita, resume-se em vida. Eis um processo relacional entre tempo, espaço e reificações crédulas. O homem faz e refaz a sua história a fim de legitimar as suas ações atribuindo-lhes coerência.
Esta coerência construída faz-nos acreditar em algo à priori, em uma história que faz o homem. Apesar da Bíblia ser uma bela história, esta não foi a minha, e não será, pois mesmo condenado, escrevo estas linhas exortado, faço o papel dialético da oposição, de herege, com prazer, pois de nada me vale ser crente materialista e benevolente. Se fosse por isso, estaria extremamente feliz com as afirmações machistas de Aristóteles onde à mulher caberia imitar os cachorros mais inteligentes que escolhem a submissão ao homem para sua felicidade. Isto, em nome da racionalidade humana, derivada concomitantemente das ‘divindades’ gregas. Por fim, basta tentar ser um produto de si, acreditar em um ponto (pois que dele tudo deriva mas não o explica), mesmo que não o encontre agora, mas a esperança reflexiva, indignada, questionadora poderá o manter ativo, vivo, e crente de que há duvidas e caos! Duvide e fantasie!
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Por : Leandro Oliveira
Desde da primeira pegada do homem nesse distinto mundo azul coberto por águas e vastas terras que apresentam inúmeras modificações de caráter geográfico relacionados ou não a mão do ser humano, o homem procurou e desenvolveu ao máximo suas habilidades para criar tecnologias distintas que vemos através dos anos, com o intuito de auxiliá-lo no seu cotidiano. Pensemos, por um breve momento, naquela cena clássica do filme de Stanley Kubrick, “2001, uma odisséia no espaço”, quando nós, seres humanos ainda em um estágio natural de selvageria (onde não havia qualquer forma de organização macro estrutural de uma sociedade como vemos hoje apenas o instinto), brincávamos por assim dizer, com objetos que deram início ao seu crescimento tecnológico.
A passagem realizada do osso jogado em direção aleatória por um ser primitivo até a sua chegada a moderna espaçonave, demonstra a evolução das máquinas. Máquinas, que surgiram, de ossos, e passaram por pedras lascadas, rodas, martelos, prensas, máquinas a vapor, carros até os modernos computadores que nos cercam e interligam cada vez mais a nossa vida. O que se questiona, não é o uso da máquina, que hoje é responsável por “milagres” antes altamente ligados ao esoterismo ou mesmo a religião que concebia em épocas passadas como a Idade Média. Mas, o que nos questiona e nos faz pensar, é que como coisas que concebemos e criamos com o intuito de que aquilo faça parte da nossa vida como um meio de auxílio, passa agora a ameaçar até mesmo o ser humano!
Desde da criação de um simples martelo, a criação de tecnologias pelas mãos do homem surgem de forma cada vez mais acentuada. Karl Marx, analisou de forma muito competente, ao dizer que a entrada da máquina no processo manufatureiro, veio como forma de ajudar o homem no processo produtivo, mas a mesma, termina não só por ajudar o ser humano, mas ultrapassar a nossa força física dentro desse processo. Esta é um dos grandes paradoxos que nos envolve neste século. Não podemos nunca competir com uma máquina no aspecto produtivo, pois ela foi concebida para essa função, de dar ao homem, aquilo que a sua força física natural limita.
Mas o que concerne a essa relação homem-máquina, é que a própria máquina segundo Karl Marx, é concebida de forma que ela diminue a força intelectual do ser humano! Como assim? Antes, a maioria dos produtos eram produzidos manualmente, a inserção de máquinas vêm para aumentar essa produção, ou seja, não mais produzir 1 mesa em 1 mês, mas 10 mesas em 1 mês. Só que é aqui que Marx coloca essa desvalorização da inteligência e do capital para o trabalhador. Pois agora, ele não mais necessita criar toda uma mesa, já que a máquina o faz de forma muito mais precisa e em menos tempo, condicionando o ser humano a exercer uma só função, a de apertar esse botão que comanda a máquina.
De um simples apertar de botão, a função humana dentro de um processo produtivo vem desaparecendo. Desaparecendo porque não mais se necessita nem de uma pessoa para se apertar o tal botão, chips de computadores altamente velozes, realizam agora tal trabalho! O homem vem se reduzindo apenas a tomar decisões que programem a máquina para fazer a função desejada. Quanto a isso, nos perguntamos se então não estaríamos em vantagens por ainda ter pessoas no comando para tomar tais decisões? Não, não estamos. Porque da mesma forma que implicamos em “dar ordens as máquinas” para que ela execute uma nova função, estamos fechando empregos e causando um excesso de mão-de-obra, que hoje mesmo tendo em sua vida pessoal, paredes que ostentem diplomas com mestrados ou até mesmo doutorado, estas pessoas são obrigadas a vender essa mesma bagagem intelectual conseguida ao longo dos anos, por míseros salários.
Essa situação se agrava ainda mais em países subdesenvolvidos, ou do 3º mundo se preferem assim, em que boa parte dessa população não têm e nunca terá a chance de entrar em uma sala de faculdade, e abrir a sua mente a novas idéias para criticar aquilo que hoje achamos um “barato” quando falamos de Computadores, DVD’S, Televisões gigantes, entre outras maravilhas da tecnologia. Não cabe a mim a criticar a tecnologia e afirmar cegamente a sua inutilidade, longe disso. Se não há houvesse, de que forma estaria eu digitando esse texto e colocando dentro de um complexo de redes mundiais para que essas idéias cheguem aos olhos de portugueses, ingleses, italianos, japoneses, entre outros?
Não prego a destruição de máquinas, como o Movimento Luddista (1811-1812), mas a utilização racional da mesma, para que possamos evitar consequências de proporções dantescas que podem nos vir a acontecer. Estamos produzindo muito mais qualquer coisa do que a um século atrás, mas ao mesmo tempo em que produzimos de forma massiva, estamos retirando cada vez mais pessoas dentro do processo principal do capitalismo, que é o ciclo da mercadoria. Ou seja, agora, estamos produzindo milhares de pares de tênis Nike e chips de computadores Intel, mas a proporção de compradores dos artigos produzidos, vem decrescendo. Caminhamos então para uma nova “Quinta-Feira Negra” de 1929, onde houve a crise da superprodução? Estaríamos agora por meio do processo que denominamos “Globalização” sofrendo as consequências iniciais desse processo? Não estaríamos sendo avisados do perigo antecipadamente? Não seria o fim do capitalismo?
O próprio Bill Gates, dono da Microsoft, vem constantemente dizendo que a humanidade caminha para que haja trabalho apenas para 10 % da população mundial. Isso se acontecesse seria um completo absurdo, pois estaríamos não mais retirando, mas fechando as portas do futuro para gerações que viriam. E pergunto, que ramo poderia absorver os restantes 90 % de mão-de-obra?
As tecnologias usadas de forma irracional, causam situações completamente ridículas. Apregoamos hoje, a necessidade de termos em nossos micros, câmeras de vídeo que possibilitem a visualização de pessoas com as quais conversamos e você pode ter certeza que surgirá em larga escala o vídeo fone. Mas novamente lanço a questão: é fácil exigir a criação e a venda de tais aparelhos para a comunicação, quando simplesmente 2 bilhões, isso mesmo 2 BILHÕES, de seres humanos, já mais falou com outra pessoa através de um telefone?
Não quero e nem pretendo ser um pragmático de um mundo em constante metamorfose, pois muitos desses pragmáticos, vem gradativamente vendo suas teses e teorias ruírem com as avalanches sócio-econômicas que vêm atingindo até nações que antes eram um exemplo para o mundo como o Japão. Mas torço, para que surjam idéias e atitudes mais coerentes que possam contornar uma situação que pode levar a graves consequências a população mundial. Pense nisso com cuidado, não peço que ao ler este ensaio você jogue o seu computador janela abaixo, mas acho, que ser humano e máquina, não devem ser pontos desiguais que possam gerar um conflito, mas a união do prático e do racional, do sentimento e do mecânico, ou seja, complementos.
Pense,
pense muito e peço que uma discussão em torno desse tema
é bastante apropriada, pois a nossa geração, hoje,
está vivendo mesmo que ela não aceite, justamente em meio
a esse conflito.